A lista não pára por aí. Até produtos utilizados apenas para a prevenção de incêndios pelo computador, como o BRT, pode causar disfunções hormonais, reprodutivas e nervosas.
A partir do momento em que estes elementos tóxicos são enviados para lixões e contaminam tanto o solo como a água, todos aqueles que se utilizam dessas fontes será contaminado pelos detritos.
Não existe um computador sem produtos nocivos à saúde e somente o processo de retirada dos produtos da natureza já atinge o meio ambiente, seja por causa do transporte, do uso de água para a fabricação de componentes, etc.
Portanto, se a reciclagem prevenir qualquer uma das etapas da fabricação ou a contaminação do solo e da água, já é um ganho para a natureza.
Lei de São Paulo
Em julho de 2009, o Governador José Serra sancionou a
Lei 13.576/09 para estabelecer regras para a reciclagem dos componentes eletroeletrônicos. A lei não foi aprovada na sua totalidade, pois algumas cláusulas poderiam criar empecilhos para as empresas, que acabariam migrando para outros estados do país.
Agora é preciso acompanhar e conferir se a lei irá funcionar ou não, e utilizá-la como modelo para uma lei federal, que ainda não existe. Através de uma lei que abrangesse todo o país, as empresas teriam que se responsabilizar pelos seus produtos durante toda a vida útil do aparelho.
Com isso, o usuário teria ainda mais pontos de coleta de equipamentos, poderia cobrar por melhores serviços e a reciclagem ficaria garantida, tornando em longo prazo o produto mais barato para o consumidor final.

A União Européia, cansada de esperar por medidas mundiais para a prevenção e reciclagem do lixo eletrônico, já começa a aprovar leis que seguem a Convenção de Basiléia e proíbe os casos de exportação de lixo perigoso para países em desenvolvimento. A UE ainda prepara regras que incluem a responsabilização das empresas pelo ciclo todo de seu produto.
Com isso, empresas que vendem produtos para os 25 países participantes da União Européia lidarão com o lixo através de medidas privadas, e serão responsabilizadas caso o acordo não seja cumprido.
Nos Estados Unidos, a briga sobre a reciclagem de material tem como base os custos para se adaptar à reciclagem, que demandaria mais dinheiro e não seria viável. Os EUA, inclusive, foram os únicos a não ratificar a Convenção de Basiléia. Porém, acabaram tornando-se voto vencido, e terão que se adaptar às regras para o envio de lixo eletrônico a outros países para “reciclagem”.
No Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) lançou neste ano o primeiro centro de reciclagem focado apenas no lixo eletrônico. A princípio serão reciclados apenas equipamentos da própria universidade, mas em longo prazo o objetivo é abrir o centro para toda a população. O custo inicial é alto, porém pode ser recuperado ao se reciclar uma média de 500 computadores por mês.
Este número de computadores por mês não é tal elevado, tendo em vista que o Brasil baterá recordes de venda e produção de eletroeletrônicos, e cada item comprado será o substituto de outro, mais obsoleto.
Onde Reciclar

Mas tudo isso é para dizer que é preciso reciclar os aparelhos eletrônicos que não serão mais utilizados. Existem várias empresas que lidam com a reciclagem destes materiais, ou é possível fazer doações para organizações que trabalham com a inclusão digital.
Para celulares, procure sempre as revendedoras de sua operadora, para que as baterias possam ser devolvidas às empresas fabricantes, sendo despejadas em locais seguros. Para pilhas, procure os locais de coleta seletiva da sua cidade, e não as jogue no lixo comum.
Os eletrodomésticos podem ser doados para pessoas carentes ou locais em que as peças possam ser reutilizadas para arrumar outros aparelhos com defeito. É preciso ter em mente que muitas pessoas podem precisar daquilo que para nós é considerado obsoleto.
Em Araçatuba, interior de São Paulo, o Uni Auto Posto, na Avenida Joaquim Pompeu de Toledo, 25 - Empresa que desde o início criou e mantém atitudes surpreendentes é possível encontrar um Posto de Entrega Voluntária de óleo caseiro e também de lixo eletrônico.
Foto2- Uni Auto Posto Araçatuba - Posto de Entrega Voluntária